O presidente da Argentina, Javier Milei, comemorou nesta terça-feira (10) a decisão unânime da Suprema Corte do país de manter a condenação por corrupção da ex-presidente peronista Cristina Kirchner (2007-2015) a seis anos de prisão e inabilitação perpétua para ocupar cargos públicos.
“Justiça. Fim. P.S.: A República está funcionando, e todos os jornalistas corruptos, cúmplices de políticos mentirosos, foram desmascarados em suas operetas sobre o suposto pacto de impunidade”, escreveu Milei no X, em um post em que a letra s foi várias vezes substituída por cifrões.
O “pacto de impunidade” mencionado pelo presidente foi uma acusação feita por políticos argentinos, de que haveria um acordo do partido de Milei, o Liberdade Avança, com os peronistas para evitar a condenação de Kirchner em última instância.
No início de maio, uma proposta para impedir que condenados em segunda instância disputem eleições na Argentina, a chamada Lei da Ficha Limpa, não teve votos suficientes no Senado do país, num processo em que Milei trocou acusações com o partido Proposta Republicana (PRO), do ex-mandatário Mauricio Macri (2015-2019), pelo naufrágio do projeto.
Entretanto, mesmo com a proposta não indo adiante, Kirchner não poderá mais ser candidata.
No final de 2022, Kirchner havia sido condenada por um tribunal argentino pelo chamado caso Vialidad, devido a um esquema de desvios de recursos de obras públicas na província de Santa Cruz, berço político do kirchnerismo.
Em novembro do ano passado, a Câmara Federal de Cassação ratificou a sentença. Agora, o caso foi analisado em última instância pela Suprema Corte argentina.
O PRO também comemorou a condenação final de Kirchner, ao publicar no X um quadro com a mensagem: “Sentença confirmada. Justiça demonstrada”.
Entre os políticos peronistas, uma das primeiras a se manifestar nas redes sociais sobre a decisão da Suprema Corte foi a deputada Victoria Tolosa Paz.
“A rejeição pela Suprema Corte do recurso interposto pela defesa de Cristina Kirchner, no caso Vialidad, não apenas consolida uma condenação injusta, como também representa um ataque direto à democracia e ao povo argentino”, afirmou.