A oferta do novo modelo de crédito consignado para trabalhadores do setor privado começou na semana passada, mas ainda opera de forma incipiente, admitem integrantes do governo e do setor financeiro.
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Nos primeiros dias de contratação de crédito pelo novo sistema do governo, apenas parte dos bancos que vão oferecer os empréstimos disponibilizou simulações na plataforma. Dessa forma, a competição está limitada e menor do que o traçado pelo Executivo.
Técnicos da equipe econômica que cuidam diretamente do programa afirmam que parte de instituições financeiras, principalmente grandes bancos, ainda estão com uma atuação tímida e que isso deve ser corrigido ao longo dos próximos dias.
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Há uma avaliação no governo que instituições financeiras estão testando as funcionalidades do sistema, além das atualizações tecnológicas necessárias. As portarias obrigatórias para operação, por exemplo, só foram publicadas na quinta-feira à noite, horas antes de o sistema entrar no ar.
Do lado dos grandes bancos, um dos argumentos é de que o programa está no começo e que os sistemas não estão integralmente prontos. Além disso, a oferta de consignado para o setor privado em grande volume é algo novo para as instituições financeiras, que argumentam ser necessário entender melhor como precificar os riscos.
Tração só em abril, dizem analistas
Em um relatório, o banco J.P. Morgan apontou que o consignado privado vai começar devagar e só deve ganhar tração após 25 de abril, quando os bancos poderão ofertar nos seus próprios aplicativos.
No levantamento, os analistas fizeram simulações com perfis de usuários. Eles apontaram que as taxas ficaram entre 2,99% e 4,99%, que as ofertas muitas vezes vieram diferentes do solicitado pelos usuários. Além disso, viram que não houve oferta de grandes bancos tradicionais, exceto a Caixa.
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Dados do Ministério do Trabalho apontam que o chamado “Crédito do Trabalhador” liberou R$ 340,3 milhões em empréstimos. O montante corresponde ao período entre às 6h de sexta-feira e as 17h de terça-feira.
No total, foram firmados 48.170 contratos, com valor médio de R$ 7.065,14 por trabalhador. A parcela média ficou em R$ 333,88, com prazo médio de 21 meses. A carteira hoje de consignado privado está na casa de R$ 40 bilhões.
O novo modelo de consignado para CLT concentra na Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital) oferta de bancos para empréstimos com desconto em folha. Hoje, é preciso de acordos bilaterais entre bancos e empresas para haver o empréstimo. O empregado faz um pedido e recebe, em até 24 horas, ofertas de empréstimo. Ele escolhe aquela que lhe é mais vantajosa.
O trabalhador pode optar por oferecer até 10% do FGTS como garantia ou 100% da multa rescisória, mas também tem a opção de não apresentar garantias. Com essas informações, a instituição financeira analisa o risco e define a concessão do crédito. O empregado não pode comprometer mais de 35% de sua renda com as parcelas mensais.