O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (5) que não se importa com a “revolta” do empresário Elon Musk contra ele e reforçou a defesa de seu pacote fiscal, pivô do embate, que está em tramitação no Senado. A declaração foi publicada na rede Truth Social como resposta à troca de farpas entre os dois, que dominaram as redes sociais ao longo do dia. Segundo Trump, o projeto, que já foi aprovado pela Câmara dos Deputados, prevê cortes recordes de gastos, bem como redução de impostos.
Em seu post, Trump minimizou as críticas que Musk vem fazendo contra ele no X e destacou o peso de seu pacote fiscal, chamando-o de “um dos maiores já apresentados ao Congresso”. O presidente escreveu que “não me importo com Elon se voltando contra mim, mas ele deveria ter feito isso meses atrás. Este é um dos maiores projetos já apresentados ao Congresso. É um corte recorde em despesas, 1,6 trilhão de dólares, e o maior corte de impostos já concedido. Se este projeto não passar, haverá um aumento de 68% nos impostos e coisas ainda piores do que isso. Eu não criei essa bagunça, estou aqui apenas para consertar”.
Musk criticou nas últimas semanas o pacote fiscal defendido pelo governo do presidente americano, classificando-o como uma “abominação repugnante”. Nesta quinta-feira, Musk foi alvo de respostas diretas do presidente, que afirmou em post na Truth Social ter dispensado o empresário e eliminado o que chamou de “mandato dos carros elétricos”, medida que, segundo ele, “obrigava todos os americanos a comprarem veículos elétricos que ninguém queria”.
“Elon estava ‘ficando insuportável’, pedi para que ele saísse, tirei seu Mandato de Carros Elétricos que forçava todos a comprar carros elétricos que ninguém queria (e ele sabia há meses que eu ia fazer isso!), e ele simplesmente enlouqueceu!”, publicou Trump. Em resposta, Musk escreveu que tudo o que foi dito pelo presidente era uma “mentira tão óbvia. Que triste”.
Segundo o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em Inglês), o texto do pacote fiscal de Trump em tramitação no Senado prevê corte de US$ 1,6 trilhão em despesas e redução de US$ 3,7 trilhões em impostos ao longo de dez anos, com aumento estimado de US$ 2,4 trilhões no déficit público. Ainda de acordo com o CBO, as medidas podem deixar 10,9 milhões de pessoas sem seguro-saúde, incluindo 1,4 milhão de imigrantes legais.
Segundo a Associated Press, o pprojeto traz aumento da dedução padrão do imposto de renda, eleva o limite de isenção do imposto sobre heranças e cria deduções para pequenas empresas, gorjetas e alguns tipos de financiamento de veículos. Além disso, prevê cortes em benefícios sociais, com novas exigências de trabalho para acesso ao SNAP (assistência alimentar) e restrições para o Medicaid, o seguro de saúde público.
Na área migratória, há previsão de US$ 46,5 bilhões para retomar a construção do muro na fronteira com o México, contratação de milhares de novos agentes e a imposição de taxas para pedidos de asilo. O texto também institui as “contas Trump” de poupança para recém-nascidos, elimina o imposto federal sobre silenciadores de armas e proíbe o repasse de recursos do Medicaid à Planned Parenthood, uma clínica abortista.