O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se referiu ao ditador da China, Xi Jinping, como “durão” e “extremamente difícil” nesta quarta-feira (4) ao falar sobre os atritos recentes dos dois países em meio à guerra comercial.
“Gosto do presidente [ditador] Xi da China, sempre gostei e sempre gostarei, mas ele é MUITO DURO e EXTREMAMENTE DIFÍCIL CHEGAR A UM ACORDO COM ELE”, escreveu Trump com letras garrafais em uma breve mensagem em sua rede social, a Truth Social.
A mensagem foi divulgada horas depois de os EUA imporem um aumento nas tarifas sobre aço e alumínio, que agora dobrarão para 50%, adicionando ainda mais incerteza às negociações com a China e a União Europeia (UE) para chegar a acordos que ponham fim à guerra comercial.
Esse aumento deve afetar particularmente países como o Canadá, o maior fornecedor desses dois metais para os EUA, e grandes produtores de aço como Brasil, México, Coreia do Sul e Vietnã, mas também a China, o segundo maior vendedor de alumínio para a maior economia do mundo.
O decreto executivo de Trump especificou que a medida é necessária para garantir que tais importações “não ameacem a segurança nacional”.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou na terça-feira que Trump e Xi realizarão uma conversa por telefone esta semana que ajudará a desbloquear as negociações entre os dois países, uma possibilidade sobre a qual Pequim ainda não se pronunciou.
Washington e Pequim concordaram com uma trégua tarifária em maio que duraria três meses, com os EUA reduzindo suas tarifas de 145% para 30% e a China de 125% para 10%, em uma tentativa de abrir as portas para um acordo mais amplo.
No entanto, as tensões aumentaram nos últimos dias, com novas restrições impostas por Washington e uma queda de cerca de 20% nas importações americanas de produtos chineses em abril.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, reconheceu na semana passada que as negociações estão “estagnadas” e comentou que uma ligação entre Trump e Xi Jinping poderia desbloquear a situação.
No mês passado, Trump acusou a China de violar o acordo alcançado na Suíça, sem dar detalhes do que teria acontecido. Em resposta, nessa terça-feira, Pequim acusou Washington de impor medidas de “supressão extrema”, como controles de exportação de chips e cancelamento de vistos para estudantes chineses, o que teria bloqueado as chances de novo diálogo por enquanto.
“O consenso de Genebra foi alcançado com base no respeito mútuo e na consulta em pé de igualdade. A China o implementou de forma responsável e de boa-fé. No entanto, os EUA impuseram restrições unilaterais e infundadas”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian.