O primeiro-ministro da Holanda, Dick Schoof, confirmou nesta terça-feira (3) a queda de todo o governo após a renúncia dos cinco ministros filiados ao partido de direita nacionalista PVV, o que impede a continuidade de um gabinete minoritário e força o país a realizar novas eleições gerais, apenas um ano e meio após as anteriores.
Em entrevista coletiva após uma reunião ministerial de quase duas horas, Schoof anunciou que agora irá ao palácio apresentar sua renúncia ao rei Willem-Alexander e que, a partir de então, o gabinete passará a ser interino ou seja, tratará apenas de assuntos em andamento.
“Na reunião ministerial, discutimos a situação atual e concluímos que, com a saída do PVV, não há mais apoio suficiente no Parlamento para este gabinete”, disse Schoof, enfatizando que considera a queda do governo “desnecessária e irresponsável”.
Schoof lembrou que, quando foi convidado a se tornar primeiro-ministro há um ano, ele, um funcionário público de carreira sem filiação política, aceitou o cargo “com a convicção de que poderia contribuir de alguma forma para a solução dos problemas enfrentados por este país”.
Além disso, afirmou que ainda “tem essa convicção” e continuará no posto até que um novo governo seja formado, mas não está deixando o cargo como fizeram os cinco ministros do PVV.
“Enfrentamos grandes desafios em casa e no exterior e, mais do que nunca, precisamos de determinação para garantir a segurança, a resiliência e a economia. Em um mundo em rápida mudança, para todas as pessoas na Holanda que se preocupam em encontrar um lar, com sua renda, os agricultores e horticultores que querem um futuro e também recuperar o controle da migração. Tudo isso exige ação, não demora”, afirmou.
Schoof continuará como primeiro-ministro, cercado por ministros do liberal VVD, do democrata-cristão NSC e do partido dos agricultores BBB, mas não está claro quem ocupará temporariamente os cinco ministérios deixados por políticos ligados ao PVV.
O primeiro-ministro prometeu continuar a liderar o país, desde que o Parlamento holandês permita que ele o faça.
O gabinete cessante assumiu o cargo em 2 de julho do ano passado, depois de meses de negociações entre os quatro partidos após as eleições de novembro de 2023.