O governo brasileiro voltou a condenar o Estado de Israel neste domingo (1º) em um comunicado comentando a criação de novos assentamentos na Cisjordânia.
Na nota, o Palácio do Planalto classifica a decisão israelense como uma “flagrante ilegalidade perante o direito internacional”.
“O governo brasileiro condena, nos mais fortes termos, o anúncio pelo governo israelense, realizado no dia 29 de maio, da aprovação de 22 novos assentamentos na Cisjordânia, território que é parte integrante do Estado da Palestina”, diz o comunicado do Ministério das Relações Exteriores.
O governo destacou que “repudia as recorrentes medidas unilaterais tomadas pelo governo israelense, que, ao impor situação equivalente a anexação do território palestino ocupado, compromete a implementação da solução de dois Estados”.
Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia feito novas acusações contra o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de cometer “genocídio” na Faixa de Gaza em sua guerra mantida contra o Hamas após o massacre de 7 de outubro. A declaração foi dada durante a convenção nacional do PSB, em Brasília.
“Essa guerra é uma vingança de um governo contra a possibilidade da criação do estado Palestino. Por detrás do massacre em busca do Hamas, o que existe na verdade é a ideia de assumir a responsabilidade e ser dono do território de Gaza. Não é uma guerra entre dois exércitos equipados. O que vemos é um exército altamente especializado atacando mulheres e crianças. Isso não é uma guerra. É genocídio”, disse o petista.
Essa não é a primeira vez que Lula acusa Israel de cometer genocídio. No último dia 10, ele já havia alegado na Rússia que o país do Oriente Médio mata crianças e mulheres em Gaza utilizando como argumento sua guerra para eliminar terroristas do Hamas.
No dia seguinte à declaração, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) criticou o governante brasileiro por suas falas antissemitas.
“O presidente Lula mais uma vez faz declarações antissemitas de que há um genocídio em Gaza e que Israel mata deliberadamente crianças e mulheres “a pretexto” de matar terroristas. Acusar judeus de matar crianças é uma das formas mais antigas e deploráveis de antissemitismo, e é lamentável e perturbador que o presidente do nosso país siga promovendo este libelo antissemita pelo mundo”, declarou a Conib no pronunciamento.
O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, anunciou na quinta-feira (29) que o governo israelense aprovou 22 novos assentamentos judaicos na Cisjordânia. De acordo com a imprensa local, eles seriam “postos avançados” já existentes que seriam legalizados no território e novos assentamentos a serem construídos.