O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (1º) que uma eventual decisão judicial contrária à política tarifária de seu governo representaria a “ruína econômica” do país. Em publicação na rede Truth Social, Trump alertou para o risco de que outras nações mantenham os EUA “reféns com suas tarifas antiamericanas”, caso o Judiciário limite sua capacidade de impor restrições comerciais.
Apesar de uma recente decisão judicial que considerou ilegal parte das tarifas, conselheiros econômicos da Casa Branca reforçaram que a estratégia não será alterada. O secretário de Comércio, Howard Lutnick, garantiu que era para o governo e os americanos ficarem tranquilos porque “as tarifas não vão desaparecer”.
Além disso, Trump indicou que não há planos para prorrogar a suspensão temporária de 90 dias sobre algumas tarifas mais elevadas, que devem entrar em vigor nas próximas semanas. A questão deve ser levada à Suprema Corte, enquanto o governo intensifica sua ofensiva contra a China, com Trump anunciando a elevação das tarifas sobre o aço importado para 50%.
A judicialização da política comercial de Trump abriu um impasse jurídico e político, após um tribunal federal de comércio decidir que o presidente utilizou de forma indevida uma lei de poderes econômicos emergenciais para justificar sua guerra tarifária global. Embora essa decisão tenha suspendido temporariamente a aplicação de algumas tarifas, um tribunal de apelações concedeu ao governo uma pausa administrativa para recorrer, o que indica que o caso deve ser decidido pela Suprema Corte nos próximos meses.
Enquanto isso, a administração Trump mantém firme sua postura. Além das tarifas sobre o aço, o governo pressiona a China em meio à estagnação das negociações comerciais, que travaram após Pequim restringir exportações de minerais essenciais para as cadeias produtivas globais.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, sugeriu que a medida chinesa pode ser deliberada e reiterou que a estratégia americana visa proteger empregos no setor industrial, mesmo diante de possíveis efeitos colaterais, como o aumento dos custos no setor da construção.