Uma equipe de cientistas da Nasa descobriu vestígios de uma base militar secreta dos EUA construída na Groenlândia durante a Guerra Fria.
A identificação ocorreu em meio a testes de um novo sistema de mapeamento por radar realizados no norte da ilha do Ártico que, segundo os cientistas, “detectou algo incomum” na região.
Após explorar mais detalhadamente o fato, a Nasa descobriu que a base militar americana era parte de um plano secreto do Pentágono, conhecido como “Projeto Iceworm”, que tinha como objetivo a construção de uma rede de bases de lançamento de mísseis nucleares sob o gelo do Ártico.
A base subterrânea, descoberta a 30 metros de profundidade no gelo, foi projetada na época da Guerra Fria para armazenar até 600 mísseis balísticos de médio alcance, segundo as informações divulgadas pela agência espacial.
O posto avançado ficou conhecido como Camp Century. Ele foi parcialmente construído em 1959 e abandonado em 1967, após a camada de gelo ter sido considerada instável demais para suportar a rede de lançamento de mísseis proposta. Ao longo dos anos, o gelo se acumulou e a instalação está agora soterrada.
Segundo o The Wall Street Journal (WSJ), em certo momento da Guerra Fria, os EUA chegaram a manter 17 bases na Groenlândia, incluindo o Campo Century, além de dez mil soldados. Atualmente, o número de militares na região foi reduzido para menos de 200 em uma única base, a Base Espacial de Pituffik, anteriormente conhecida como Base Aérea de Thule.
A Groenlândia ganhou os holofotes desde o retorno de Trump à Casa Branca. O presidente americano busca controlar a maior ilha do mundo, justificando que a medida é necessária por “questões de segurança nacional”. A região também é alvo de interesse de China, Rússia e outros países por seus recursos naturais pouco explorados devido à camada de gelo.