O governo da Rússia manifestou “estranheza” nesta segunda-feira (19) a respeito do resultado da eleição presidencial na Romênia. Na votação de domingo (18), o independente Nicușor Dan, prefeito de Bucareste, venceu em segundo turno George Simion, do partido de direita nacionalista Aliança pela União dos Romenos (AUR), considerado pró-Rússia.
Simion havia sido o mais votado no primeiro turno, realizado há duas semanas, com 40,96% dos votos, mas neste domingo conseguiu elevar seu patamar de votação para apenas 46,40%, enquanto Dan, que havia obtido 20,99% na votação inicial, subiu para 53,60%.
“As eleições foram estranhas, para dizer o mínimo”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, segundo informações da agência Reuters.
“Conhecemos a história do candidato que tinha a maior chance de vencer. Sem se preocuparem em encontrar qualquer justificativa, ele foi simplesmente retirado à força da disputa”, acrescentou.
Peskov fez referência a Călin Georgescu, candidato independente, mas ex-AUR e também considerado pró-Rússia.
Ele foi o mais votado no primeiro turno realizado em novembro de 2024, mas essa votação foi anulada pela Corte Constitucional da Romênia devido a alegações de interferência russa e Georgescu foi impedido de continuar concorrendo. O primeiro turno foi realizado novamente em 4 de maio e agora ocorreu o segundo.
O fundador do Telegram, Pavel Durov, afirmou que os serviços de inteligência da França o pressionaram para censurar apoiadores de Simion, o que foi comentado por Peskov.
“O fato de países europeus, França, Reino Unido e Alemanha, interferirem nos assuntos internos de outros países não é novidade”, disse o porta-voz do Kremlin. A França negou as alegações feitas por Durov.