O candidato centrista Rafal Trzaskowski, apoiado pelo atual governo da Polônia, do primeiro-ministro Donald Tusk, enfrentará o candidato Karol Nawrocki, apoiado pelo conservador-nacionalista PiS em um segundo turno eleitoral para definir o novo presidente do país, após a votação acirrada deste domingo (18), de 31,36% a 29,54%, uma diferença muito menor do que as pesquisas de opinião sugeriam.
Com a definição dos candidatos que disputarão o cargo, foi iniciada uma corrida em busca dos apoiadores dos eliminados no pleito. No entanto, um movimento relevante observado nas eleições deste domingo foi o aumento no apoio a candidatos de direita nacionalista e anti-establishment, que vem dificultando a estratégia dos políticos com chances de se tornar o próximo presidente da Polônia.
A direita nacionalista alcançou seu melhor resultado da história nas eleições deste domingo. Slawomir Mentzen, do partido Confederação, e Grzegorz Braun obtiveram, juntos, mais de 21% de apoio.
Uma pesquisa da Opinia24 para a emissora privada TVN, publicada após o primeiro turno, mostrou que o centrista Trzaskowski conseguiria chegar a 46% dos votos no segundo turno e Nawrocki 44%, mas 10% dos eleitores se consideram indecisos ou se recusam a participar do segundo turno, que acontece em 1º de junho.
Segundo o levantamento, muitos jovens poloneses estão desiludidos com os partidos dominantes, KO (do premiê Donald Tusk) e o PiS. O nacionalista Mentzen, em particular, despertou o interesse de parte do eleitorado ao apresentar um plano de governo liberal na economia e com foco no controle migratório.
Segundo a Comissão Eleitoral da Polônia, o primeiro turno contou com uma alta participação dos eleitores, de 69,71%. O caminho agora está aberto para a reta final, que colocará o liberal e pró-governo Trzaskowski, atual prefeito de Varsóvia, contra o conservador Nawrocki, apoiado pelo partido nacionalista Lei e Justiça (PiS), que governou de 2015 a 2023.
A campanha para o segundo turno já começou, com apelos para “não dar um único passo para trás” e travar “uma luta dura por cada voto”, como escreveu na rede social X Tusk ao saber dos resultados preliminares.