O papa Leão XIV, escolhido como novo pontífice pelos cardeais durante o conclave desta quinta-feira (8), tem um histórico registrado de voto no Partido Republicano dos Estados Unidos, segundo dados divulgados pela organização conservadora Turning Point Action.
De acordo com os registros, o então cardeal Robert Prevost, nascido em Chicago, Illinois, foi registrado de fato como republicano em 15 de agosto de 2023 e tem histórico de participação em primárias do partido que foram realizadas em 2012, 2014 e 2016.
Ainda de acordo com as informações da Turning Point Action – que atua justamente no registro de eleitores republicanos, Prevost não votou nas eleições gerais de 2016 e 2020, mas participou da eleição presidencial de 2024, a que elegeu o atual presidente americano, Donald Trump. No entanto, não há confirmação sobre em quem ele votou.
A Turning Point Action, em postagem feita por seu fundador, Charlie Kirk, na rede social X, destacou que o novo pontífice, segundo registros, é um “forte republicano” e “pró-vida”, alinhado a princípios conservadores. A organização também ressaltou que, apesar de seu histórico de voto republicano, ele esteve ausente em muitas eleições devido a suas funções missionárias fora dos Estados Unidos.
SCOOP: Our Turning Point Action team pulled the voting history for Pope Leo XIV.
He’s a registered Republican who has voted in Republican primaries when not living abroad.
Our data shows he’s a strong Republican, and he’s pro-life. pic.twitter.com/q9q6hiokiH
— Charlie Kirk (@charliekirk11) May 8, 2025
Aos 69 anos, o papa Leão XIV passou grande parte de sua trajetória eclesiástica fora dos Estados Unidos, principalmente na América Latina, onde chegou a se naturalizar peruano.
Embora identificado pela Turning Point Action como um eleitor republicano, o papa Leão XIV já expressou opiniões críticas em relação a algumas políticas defendidas por Trump, principal rosto do partido nos dias atuais. Em postagens na rede social X, uma conta, que ao que tudo indica pertence ao novo pontífice, comentou em fevereiro deste ano que “J.D. Vance está errado: Jesus não nos pede para classificar nosso amor pelos outros”, uma crítica ao que o atual vice-presidente republicano dos EUA, convertido ao catolicismo, disse sobre a necessidade de se preocupar primeiro com a própria família, deixando para trás aqueles que estão mais distantes.
Em 2015, a conta também republicou um artigo do Washington Post que criticava a política contra a imigração ilegal defendida por Trump, que venceria a eleição presidencial do ano seguinte. O artigo era intitulado: “Cardeal Dolan: Por que a retórica anti-imigrante de Donald Trump é tão problemática”. No texto, o cardeal Timothy Dolan, arcebispo da Arquidiocese de Nova York, enfatiza que, como católico, leva a sério o ensinamento bíblico de acolher o estrangeiro, “uma mensagem presente tanto no Antigo quanto no Novo Testamento”. Ao final do texto, Dolan não endossa explicitamente nenhum candidato, mas deixa clara sua crítica ao discurso de Trump e sua defesa de uma abordagem mais humana e inclusiva para com os imigrantes.
No último conteúdo republicado na conta do X, o então cardeal Prevost compartilhou uma postagem que questionava a deportação de Kilmar Abrego Garcia para El Salvador. O homem, identificado como residente legal nos Estados Unidos, foi enviado pelo governo Trump para uma prisão em El Salvador sob a acusação de ser membro da gangue MS-13 e de ter cometido crimes em solo americano.
A postagem compartilhada por Prevost reproduzia as críticas do bispo auxiliar de Washington, Evelio Menjivar, que questionava a ação: “Você não vê o sofrimento? Sua consciência não se incomoda? Como pode ficar em silêncio?”. A mensagem criticava o que considerava uma deportação injusta