“Tem sangue nas mãos de Alexandre de Moraes”, diz Malafaia

O pastor Silas Malafaia afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem “sangue nas mãos” pela morte do empresário baiano Cleriston Pereira da Cunha, conhecido como Clezão. Ele morreu de mal súbito na Papuda em 2023, após ser preso por envolvimento nos atos de 8 de janeiro.
Na época, o pedido de liberdade chegou a ser encaminhado para Moraes, mas não foi analisado a tempo. Clezão tinha 46 anos, morava em Brasília e deixou esposa e duas filhas.
“Aqui tem sangue nas mãos de Alexandre de Moraes. Ditador, você vai prestar contas a Deus. O sangue desse justo clama diante de Deus. Deus fará justiça”, afirmou o religioso que organizou a manifestação na Av. Paulista, neste domingo (29).
O pastor também criticou as sentenças aplicadas a manifestantes, classificando-as como desproporcionais e injustas.
“Na sexta-feira, condenaram um homem a 18 anos de prisão por ter sentado na cadeira de um ministro. Que injustiça é essa, Brasil?”, questionou. Ele afirmou ser contrário a atos violentos, mas disse que não é aceitável a prisão de idosos e trabalhadores por participarem de manifestações.
A manifestação deste domingo teve como objetivo demonstrar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é réu em processo no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado, bem como reivindicar anistia aos presos do 8 de janeiro.
Malafaia diz que Brasil vive “juristocracia”
O religioso afirmou que o Brasil vive uma “juristocracia” sob o comando de Moraes e acusou o magistrado de rasgar a Constituição ao conduzir o inquérito das Fake News sem a participação do Ministério Público. “O senhor Alexandre de Moraes tem rasgado sucessivamente a Constituição”, afirmou.
Malafaia questionou a legalidade de processos por crime de opinião e criticou o exílio de brasileiros por manifestações políticas. “Como, no Estado Democrático, se estabelece um crime de opinião? Nós temos gente exilada para não ser presa por causa de opinião, porque Alexandre de Moraes conduz um inquérito imoral e ilegal de fake news que não tem a participação do Ministério Público, como diz o artigo 129 da Constituição”, declarou.
O pastor citou o constitucionalista Manuel Gonçalves Ferreira Filho, professor de Moraes, ao afirmar que o país estaria sob uma jurisdição autoritária. “O professor de Alexandre de Moraes, o maior constitucionalista do Brasil, declarou: estamos vivendo uma juristocracia e não uma democracia”, disse Malafaia.
Ele concluiu seu discurso associando o momento atual a uma concentração de poder semelhante ao absolutismo monárquico. “O Estado de Direito foi criado no século XVIII como uma resposta à soberania da monarquia de concentrar poder na mão de um homem. O Estado Democrático existiu pra tirar o poder de um homem no século XVIII. E hoje o poder está concentrado na mão de Alexandre de Moraes”, afirmou.