Movimento separatista ganha força no oeste do Canadá

Movimento separatista ganha força no oeste do Canadá



Quase um quarto da população da província canadense de Manitoba, no oeste do Canadá, votaria a favor da separação do restante do país em um referendo de independência, de acordo com uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (30) que intensifica a crise de unidade nacional do Canadá.

A pesquisa, realizada pela Probe Research com mil entrevistados e uma margem de erro de 3,1%, indica que, embora uma grande maioria (até 70%) votaria para permanecer no Canadá, 22% optariam pela separação.

O levantamento também constatou que o apoio à separação está concentrado nas áreas rurais e entre os conservadores.

Os resultados apontam para uma tendência semelhante em três das quatro províncias do oeste canadense (Alberta, Saskatchewan e Manitoba), onde o sentimento separatista ganhou força nos últimos anos entre os conservadores diante da crescente insatisfação com as políticas do governo central, liderado por progressistas.

Esse descontentamento se intensificou após a vitória do progressista Partido Liberal do primeiro-ministro Mark Carney nas eleições gerais de 28 de abril, para a frustração dos conservadores, que estão fora do poder desde 2015.

Alberta, uma das províncias mais ricas do país devido às suas vastas reservas de petróleo, é o epicentro do movimento, que planeja um referendo separatista em 2026.

Uma pesquisa realizada no final de maio indicou que 30% da população de Alberta é a favor da independência, um aumento de quatro pontos em relação a 2021. Alberta é atualmente a província do Canadá com maior apoio ao ideal separatista, mais do que Quebec, que realizou referendos de independência em 1980 e 1995.

Alberta, que em 2023 produziu 4,3 milhões de barris de petróleo (84% do total do Canadá e mais do que o Irã e Iraque) por dia, acusa o governo federal de sacrificar sua prosperidade em favor das províncias de Ontário e Quebec.

O movimento separatista de Alberta planeja realizar um referendo em 2026. Em maio, foi apresentada a pergunta do referendo: “Você concorda que a província deve se tornar um país soberano e deixar de ser uma província do Canadá?”

O impulso para o movimento veio depois que a chefe do governo de Alberta, a conservadora Danielle Smith, decidiu reduzir as exigências para um referendo e anunciou que não se oporia à iniciativa.

Antes da eleição de 28 de abril, Smith expressou sua rejeição a uma possível vitória do Partido Liberal e justificou a frustração do oeste do país com a vitória de Carney.

Trump de olho

O fortalecimento de movimentos separatistas no Canadá ocorre sob o olhar do presidente dos EUA, Donald Trump, que por reiteradas vezes desde que retornou ao comando da Casa Branca sugeriu que o Canadá “seria bem-vindo como o 51º estado” dos Estados Unidos.



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