A presidente do México, Claudia Sheinbaum, confirmou nesta sexta-feira (9) que seu governo processou judicialmente o Google por chamar o Golfo do México de Golfo da América em seus mapas nos Estados Unidos, sob ordem do presidente americano, Donald Trump.
“O Google já está sendo processado. Já houve uma primeira resolução, e ela está sendo aguardada”, disse Sheinbaum em entrevista coletiva.
Ela lembrou que seu governo está buscando que o Google cumpra um decreto emitido por Trump que renomeia o Golfo do México, mas o faça apenas na parte continental que pertence aos Estados Unidos, não na referente ao território mexicano.
“Ele não teria o poder de nomear todo o golfo, porque esse é um poder internacional. Portanto, o que estamos dizendo é que o Google deve colocar o Golfo da América onde está o Golfo da América, que é a parte que corresponde ao território dos Estados Unidos. E colocar o Golfo do México na parte territorial que corresponde ao México e a Cuba”, disse.
No entanto, ela ressaltou que essa é uma questão que não foi abordada em suas conversas com Trump e que a ação judicial pede que o nome original seja restaurado nessa parte do mapa digital.
A controvérsia cresceu no início de fevereiro, quando usuários nos Estados Unidos compartilharam que, nos mapas do Google e da Apple naquele país, o Golfo do México aparecia como “Golfo da América”, apesar das reclamações do governo mexicano.
Dias depois, o Google enviou uma carta ao ministro das Relações Exteriores do México, Juan Ramón de la Fuente, argumentando que a alteração era consistente com uma atualização do Sistema de Informação de Nomes Geográficos (GNIS) dos EUA.
Em resposta, De la Fuente disse em outra carta que “sob nenhuma circunstância” o México aceitaria a mudança de nome de qualquer área geográfica que inclua parte de seu território nacional e esteja sob sua jurisdição.
