O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, negou nesta quinta-feira orientações do ministro da Secretaria de Comunicação do governo, Sidônio Palmeira, na comunicação do BC.
— Sidônio talvez seja um dos ministros mais zelosos com a autonomia do BC. Não consegui nem marcar um café. Sobre a comunicação do BC, não fez nenhuma orientação. A comunicação do BC é autônoma — garantiu, em entrevista.
Sidônio foi o marqueteiro da campanha do presidente Lula — da qual Galípolo participou — e tem orientado diversas áreas do governo para afinar o discurso e evitar novas crises de comunicação que afetem a imagem da administração do petista.
O presidente do BC ainda foi questionado também sobre a relevância de jantares com políticos e artistas, considerando que seu antecessor, Roberto Campos Neto, foi criticado algumas vezes pela proximidade com o mundo político, especialmente do entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele disse que “às vezes atrapalha a forma física”, mas que não sente que atrapalha seu trabalho.
— Talvez fosse melhor eu jantar menos por uma questão de forma física. Eu gostaria de jantar menos e de voltar a comer melhor. Sim, eu janto, é verdade, nem sempre eu janto sozinhos. Os jantares que foram descritos a maior parte eram com artistas — disse, em referência à reportagem do jornal Folha de S. Paulo.
— Eu tendo a concordar sobre a questão política, que eu sou uma pessoa que tem a visão de mundo que toda arte é uma expressão política. Nesse sentido, quando eu me reúno com artistas plásticos, tem uma dimensão política. Tenho essa coisa de gostar de arte, me faz bem. Espero que, ao longo desses quatro anos, eu não tenha que jantar sozinho, posso jantar com mais gente.